quinta-feira, 14 de setembro de 2023

As mosqueteiras - Temporada 2 - Capítulo 9.

 


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No mesmo dia, a família tinha seu jantar. E lá Dione parecia bem alheia as conversas dos presentes lá.
A mulher buscava memórias em sua mente, sobre os acontecimentos passados da sua vida, tanto o bullying que sofreu - e que não lembrava - quanto em como tudo aquilo seria resolvido. Finalmente uma luz no fim do túnel? Era dificil saber. E dificil de acreditar.


- Você está bem, Di? Mal está comendo a refeição de hoje. - Perguntou Felícia, encarando a mulher por alguns segundos. 


- Ah, tô dando uma pensadinha no caso, sabe...? Heh. - Dione a olhou de canto, suspirando e comendo algumas garfadas da comida, tentando disfarçar.


- Mas não havia acabado, amiga? - Flora perguntou, já com um olhar mais sério, pensativa. 


- Não. Meu pai disse que tem... provas boas. Que podem levar para o caso o mais rápido possível.


- E ele vai antes, ou você? - Flora ainda mantinha seu olhar em Dione, preocupada com a amiga de longa data.


- Eu primeiro. O Daniel vai ficar em casa cuidando da Linda. 


- Éééé... - Daniel suspirou, meio frustado. - Queria poder ir junto, mas estou bem incapacitado depois daquela merda lá. - Ele deu de ombros, voltando a comer. 


Felícia deu um breve sorriso, fitando o homem. - Fica tranquilo, tio Dani! Vamos cuidar bem da Dione!






No dia seguinte, Flora levou Dione de carro até a delegacia novamente, e é claro, ficou esperando na sala de espera que havia por lá.

Antes da mulher subir, Flora deu todo o apoio que ela precisava, para que ela ficasse menos nervosa. Porém, ao chegar lá, era visível que essas memórias, mesmo que tão antigas, ainda a machucavam. 



Ao perceber a tensão de Dione, a policial disse calmamente: - Vá no seu tempo. Certinho? Seu pai contou que você tinha um colega de sala - e vizinho - completamente complicado de lidar, queria saber mais sobre. 


Dione concordou com a cabeça, suspirando profundamente e ajeitando seu cabelo curto, fechando os olhos. - Vamos lá... - Ela disse, após suspirar de novo. 





- Bom... - Ela engoliu a seco, forçando um sorriso. - Nos meus anos escolares, havia um garoto que ela encanado comigo. Sabe? Fazia de tudo pra eu prestar atenção nele, e isso também contava coisas ruins, como me agredir... Roubar minhas coisas. 


A policial ouvia atentamente, anotando tudo em seu bloquinho. 




- E como era a casa de vocês? - A policial perguntou, mantendo-se atenta a cada detalhe novo. 

- Era... simples. Meu pai não tinha muito dinheiro e tinhamos sido recém despachados da casa antiga nossa... Então meio que fomos morar no bairro mais pobre de BelaVista... E consequentemente, eu comecei a estudar numa escola com fama ruim desse bairro. 




- Meu colega de sala se chamava Lawrence. Os pais dele eram usuários de drogas e ele foi criado pelos avós... E ah, os avós estavam sempre indo lá na escola, por causa do que ele aprontava. - Dione suspirou, limpando as lágrimas.  - Como ele era meu vizinho, ele sempre aparecia em casa, para "brincar" comigo. Mas sempre acabava em alguma agressão... 


- E você contou ao seu pai? - Perguntou a policial, erguendo a sobrancelha. 



 
- Até então, não... Ele já se esforçava demais. Eu tinha muito medo de dar mais trabalho a ele e termos que mudar de novo... Já não tinhamos nada. 
 
- E quando ele ficou sabendo sobre esse Lawrence? O que te levou a falar? 
 
 

 
- Foi um dia que eu cheguei em casa toda roxa. Não tinha como esconder... E foi onde eu desabei e contei tudo pra ele.... Tudo.... 
 
- E então? - A policial perguntou, com a caneta na folha, esperando mais detalhes. 
 
 
- Ele levou o caso até a escola. A escola já sabia da fama do Lawrence... e então ele foi levado pra um presídio de menores que tinha na região.... - Dione suspirou, quase engasgando com as lágrimas que vinham. - Eu... Eu lembro até hoje.... 







- Dele gritando ameaças pra mim... Que quando ele saísse da cadeia, ele me acharia e me mataria... Eu... Eu nunca senti tanto medo. 

- Eu compreendo. Não é uma situação agradável, ainda mais na idade que você tinha. - A autoridade disse, parando de anotar e olhando-a nos olhos, apesar da expressão reconfortante, vinha a seriedade. 





- Ele foi preso aqui em BelaVista mesmo, certo? - Apoiou os cotovelos na mesa, a fitando. 

- Uhum. - Fungou, limpando as lágrimas. 

- O nome dele era Lawrence....? - Fez um movimento com a mão, demonstrando continuidade. - Ficará mais fácil para encontrar passagem dele no nosso banco de dados. 

- Lawrence Otaviano. Nunca vou esquecer. 





Assim, as duas se levantaram, despendindo-se uma da outra. 

- Iremos fazer o possível, senhorita Mauria. Daqui três dias iremos te dar um retorno sobre as passagens na policia de Lawrence Otaviano. E, com sorte, ele ainda deve estar pela cidade. 

- Agradeço... Agradeço... - Dione disse mais aliviada, apoiando a mão na testa. - É tudo que eu preciso, que a justiça aconteça logo.... 




Enquanto isso, do lado de fora da delegacia.... 

- EU VIM MAT-.... EU VIM ME DENUNCI-.... CALA A BOCAAA! CALA A BOCA! CA^DE VOCÊ?! - O homem misterioso gritava constantemente com uma voz tremula, em tons diferentes... como se tentasse ser duas pessoas... Ou era?





- EU ESTOU TE PROCURAAAAANDO. EU ESTOU! CADê VOCÊ? 





CONTINUA




 























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